domingo, 4 de dezembro de 2011

Guincharam meu carro!

  Mas metade da culpa foi minha, que estava andando com o documento do carro de 2009. Eles pensaram que eu estava há dois anos sem pagar o IPVA.
  Eu fui buscar minha filha numa festa de Jedis lá em Pernambués, e quando cheguei na Lucaia, voltei pro Iguatemi pra levar um dos amigos dela. Na volta, passei por uma blitz na Garibaldi.  Liguei a luz interna do carro pra cooperar com eles, e estranhei que eles me mandassem parar.  Era o pessoal da Transalvador.  
  - Vão lhe fazer o teste do bafômetro e descobrir que você nunca tomou bebida alcoólica desde que nasceu - minha filha disse.
  Entreguei o documento do carro e a carteira de habilitação com a tranquilidade dos justos.  Mas ele disse que o documento era o de 2009, que era para eu procurar o de 2011.  Não tinha, nem lembrava de ter recebido.  Sempre que recebo o papel cobrando o IPVA, pago correndo, porque sou muito esquecido. 
   Lembro que num ano aí me mandaram o IPVA de outra pessoa, que morava perto de mim, e fui lá no endereço do cara ver se o meu estava lá, para destrocar. Não estava.  Ele tinha recebido o de outra pessoa.    Quer dizer, a Transalvador também comete erros. 
   Saí do carro pensando que ia fazer o teste do bafômetro, mas me pouparam.  Um cara sério como eu, dá pra ver de cara que não bebe. Fizeram a notificação, todo mundo muito educado, e me entregaram.
   -Este papel é para eu mostrar quando encontrar outra blitz, até regularizar a situação? - perguntei ingenuamente.
   - De qualquer forma você só vai poder retirar o carro quando pagar os dois IPVAs atrasados - ele respondeu. 
  - Quer dizer que eu vou ter de voltar para casa de táxi?
  -  O modo como você vai voltar para casa é você que decide. Pela lei, o seu carro fica retido.
  Fiquei em estado de choque.  Nunca pensei que isso fosse acontecer comigo! Me instruíram a deixar o carro trancado lá do outro lado do passeio, solto, para o guincho poder puxar, e levar comigo a chave do carro.  Tirei tudo de dentro. Já ouvi histórias arrepiantes sobre carros deixados no Detran.  
   Os táxis que passavam pela blitz estavam todos lotados, pois traziam gente dos bares do Rio Vermelho.  O pessoal da Transalvador me orientou educadamente a pegar táxi no lado oposto e fazer o retorno.  Deixei minha filha lá do outro lado, enquanto ia carregando a bagagem até ela: bolos, salgadinhos, um monte de guardanapos de papel, galão de água, etc. 
  Já eram 2h da madrugada. Cheguei em casa, acordei minha mulher e contei a história. Ele perdeu o sono de susto. Eu fiquei resolvendo equações diferenciais parciais até o sono chegar.
  Procurei o documento do carro e achei o de 2010. Eu sempre carregava o de 2010 e o de 2009 juntos, mas precisei acionar o seguro uma vez, e para isso retirei o de 2010 da minha carteira. Acabei esquecendo de botar de volta.  Foi a minha parte na culpa.  O de 2011, eu nunca recebi. É a parte da culpa deles.  Agora, segunda feira vou lá tentar reaver meu carrinho.  Dizem que você paga também pelo tempo que o carro ficou lá hospedado.  No Japão, o cara paga pelo guincho também, que é bem mais caro do que a multa. 
  Comecei o dia de Iansã assim, com problemas. Na sexta-feira, quando terminei a aula, comi um acarajé numa baiana devota de Iansã, toda de vermelho. Depois passei logo no fruteiro, que me avisou que domingo seria dia de Santa Bárbara.  Achei que essa coincidência de papos (Santa Bárbara é Iansã, no candomblé) devia ter algum significado. Talvez tenha sido melhor assim, pois mais cedo ou mais tarde esse problema iria aparecer, e foi melhor numa hora em que eu estivesse presente. Por precaução, troquei minha camisa por uma vermelha.

Um comentário:

  1. Se eu não me engano, aqui também paga o Guincho. Azar hein =/... As pessoas reclamam das Blitz, mas sempre que eu sou parado ocorre tudo bem, e sempre me tratam com educação e eu correspondo.

    Ah... fomos pra aula de Métodos, não vimos o blog no fds =X... Ficamos até nove e alguma coisa, quase dez horas.

    Boa sorte!

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